quarta-feira, 25 de julho de 2012

Trava Língua

Trava-língua pode ser considerada uma brincadeira. Mas também é um desafio. Falar de modo apressado, versos e frases. Sem errar!!


Vamos tentar??

Pro gago comer, aqui um caqui.
Pro macaco, cocada. Um caco
de copo aqui. Ali um sagui, e cá
um sagu, uma jaca, uma jarra 
e um caju. Um pote, o capote e 
um cacoete de gago.


Autor: Marciano Vasques

Livro: Duas dezenas de Trava-línguas

Baião para quem curte bichos | REVISTA CHC - Ciência Hoje das Crianças

Baião para quem curte bichos | REVISTA CHC - Ciência Hoje das Crianças

Videos | REVISTA CHC - Ciência Hoje das Crianças

Videos | REVISTA CHC - Ciência Hoje das Crianças

Baião do Bicho Desconhecido

Quem nunca quis enxergar,
quem nunca soube aprender
não sabe o que está perdendo
nem o que vai se perder.

Há maravilhas no mundo
- mesmo um pequeno besouro -
riquezas vivas trocadas
por um punhado de ouro.
Nas dunas, mangues, caatinga
matas, serras, pantanais,
há sempre desconhecidas
maravilhas animais.

Quem nunca soube enxergar,
quem nunca quisa aprender
não sabe o que está perdendo
nem o que vai se perder.

Mas...
mais?
Mais mais!
Mais e mais
e muito mais...



Autor: Paulo Robson de Souza
Nasceu na Bahia. É biólogo, professor e adora escrever sobre bichos e plantas.
O poema encontra-se no livro Animais mais mais.
Fonte: www.ciencia.org.br

sábado, 14 de julho de 2012

Meu poema preferido

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

Carlos Drumond de Andrade II

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drumond de Andrade

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?