sábado, 29 de setembro de 2012

RODAS DE LEITURA

O mais importante no momento de contar a história, é fazer com que essa atividade seja prazerosa, lúdica, que tenha encantamento, que seja divertido. Embora as fábulas tenham sempre ao final uma Moral, não é necessário que seja enaltecido, pois com a continuidade de leitura desse gênero literário, as crianças perceberão a relação bem/mal, bonito/feio, força/inteligência, justiça/injustiça. Também o texto literário não pode servir como pretexto para estudos escolares. 
Sentados em círculo, a professora insere os alunos no mundo do faz de conta, da imaginação.
O principal motivo para ouvir histórias, é ter prazer em ouví-las, seja dentro ou fora da escola.
É importante que você escolha algo que aprecia, que goste. Leia normalmente, sem mudanças de pronúncia; alterações na voz, quando muda personagem é válido; demonstrar emoções sem exageros como medo, raiva, alegria. 
Dependendo da faixa etária, a leitura não deve ser longa. 
Antes de iniciar a história, explore certos aspectos da capa do livro, título, imagens, informações da capa, numeração.
Explore as imagens antes ou depois da leitura; evite fazer interrupções frequentes durante a leitura.
Se as crianças pedirem para  realizar o desenho da história, ofereça material adequado. Permita que manuseiem o livro, observem as folhas, as imagens, antes de iniciarem a produção. 

Caso o professor deseje realizar atividade escrita, algumas dicas para produção com Fábulas.
  • Discutindo a fábula:
  1. O que aconteceu?
  2. Quando aconteceu?
  3. Onde aconteceu?
  4. Como aconteceu ( ações)?
  5.  Moral: ( permitam que os próprios alunos a construam. Após,  a leitura da moral da fábula poderá ser comparada com a que foi construída pela turma)
  • Elementos da narrativa :
  1. Situação inicial: 
  2. Complicação:
  3. Clímax:
  4. Desfecho:
BOA LEITURA!!

A ROSA E A SEMPRE VIVA

Um jardineiro plantou, a pouca distância uma da outra, uma roserira e uma sempre viva. Em poucos meses, as rosas começaram a dar botões, que logo desabrocharam. O contraste entre as belas flores vermelhas e os galhos e folhas verdes era deslumbrante. A sempre viva, que tinha bom gênio e não era invejosa, não se cansava de admirar a vizinha:
_ Como você é bela! Não há quem passe sem olhar para você com respeito e encantamento... os namorados oferecem sua beleza à amada, o perfumista colhe suas pétalas para fazer delicados perfumes... Suas flores servem ainda para enfeitar as casas!... Você é mesmo muito linda!...Às vezes, até sinto vontade de estar no seu lugar, mas, de fato, basta-me poder olhar para você, para que eu me sinta feliz... E agradeço ao céu ter-me posto aqui, ao seu lado, para poder viver na sombra do seu esplendor...
A roseira, que era muito simples e humilde, respondeu com um suspiro:
_ Estou comovida com suas belas palavras, querida sempre viva, e agradeço a sua gentileza, mas, infelizmente, nem tudo o que reluz é ouro... É verdade que minhas flores são maravilhosas, mas o que acontece se ninguém passar para para colhê-las? Em poucos dias, murcham e inclinam-se, tristes, deitando a cabeça sobre os meus galhos...
É verdade que você chama menos atenção, mas se o jardineiro nos plantou juntas, por alguma razão foi. Quando eu estiver despida e só mostar meus feios braços espinhosos, você continuará florida. Então, todos que passarem por aqui não vão olhar para mim, mas para você, e pensarão, surpresos: "Como é que nunca tínhamos reparado nela?"

OS DOIS BURROS DE CARGA

Entre Atenas e a planície da Ática, havia um certo comerciante que abastecia os aldeões de sal, peixe e outros produtos, trocando-os por lã, óleos e queijos. Utilizava dois burros para transportar a mercadoria de um lado para outro. Os pobres animais viajavam sempre muitos carregados e, como se isso não bastasse, tinham de percorrer atalhos pedregosos, subir e descer por caminhos difíciese atravessar rios a nado, já que, naquela época, quase não existiam pontes.
Certa vez, a pequena caravana atravessava um rio, quando o mais velho dos burros escorregou numa pedra coberta de musgo, perdeu o equilíbrio e caiu na parte mais fundada água.
O mercador correu imediatamente em seu socorro e começou a puxá-lo pela rédea. Apesar dos seus esforços, custou a colocá-lo de pé outra vez. E constatou um fato surpreendente: sua carga estava reduzida à metade do que era antes!
É que o velho burro transportava sacos de sal - que se dissolveu, naquele mergulho inesperado.
E seguiram seu caminho...
Algumas horas depois, chegaram a outro riacho. O jovem burro, que até então suportara o cansaço com paciência, sentiu que não podia mais com tanto peso e, vendo seu companheiro leve e fresco,teve uma ideia, que lhe pareceu maravilhosa:
_ E se eu fingisse escorregar? _ pensou ele. _ Meu ono não vai desconfiar que foi de propósito, e eu me livrarei de uma parte desse peso!
Quando chegaram bem ao meio do riacho, o burro parou um instante, vacilou, tropeçou e caiu como uma pedra na água.
Aconteceu exatamente como ao outro burro: seu dono veio em seu socorro, puxando-o pela rédea, mas ele fincou os cascos no fundo, fazendo resistência, por qachar que estava muito pouco tempo na água...
fFoi então que ele percebeu uma coisa estranha: swentia-se cada vez mais pesado, e o fardo parecia ter um peso insuportável, puxando-o para baixo, cada vez mais para o fundo...
E o jovem burro morreu afogado, por não saber que a sua carga era de peixe e esponja, e não de sal, como a do amigo.

ESOPO

Esopo nasceu na Grécia, mais de 500anos antes de Cristo. Era um escravo muito inteligente, que vivia salvando seu senhor de situações difícies.
Contam, que certa vez, seu senhor garantiu a um amigo que seria capaz de beber toda a água o mar. O amigo riu e debochou dele, e os dois acabaram apostando uma quantia fabulosa de dinheiro.
É claro que o senhor estava bêbado!  E, na manhã seguinte, ficou apavorado com o que fizera. 
_ Estou falido! _ chorava. _ Sou um homem pobre, agora! como vou beber toda a água do mar?!
Esopo procurou consolá-lo:
_ Calma, Senhor! Tive uma ideia! Marque dia, hora, local. Sei como resolver o assunto.
Veio gente de longe para assistir a façanha. Juntaram-se na praia combinada, onde ficaram esperando, enquanto conversavam e riam. O Senhor, apesar de mjá ter sido salvo em outras ocasiões pelo escravo, estava muito nervoso:
_ É demjais! Não vamos conseguir! Os deuses devem estar loucos!!! Primeiro eu, um homem sensato, aposto toda a minha fortuna numa bobagem; agora, vem você e me convence de que sou capaz de fazê-la!...
_ Calma, Senhor: vai dar tudo certo...
Na hora marcada, Esopo deu o sinal: 
_ Pode cfomeçar a beber!
E o Senhor bebeu, bebeu e bebeu, mas não fez a menor diferença no volume da água do mar.
Foi então que Esopo exclamou:
_ Ei, esperem! Ele nunca conseguirá, porque o mar é alimentado por muitos rios. Vocês precisam, primeiro, secar as fontes que  dão origem a esses rios.
E, pegando um copo aberto na lateral, ofereceu-o ao amigo com quem seu senhor apostara, dizendo:
_ Beba.
Enquanto ele bebia, Esofo pegou uma ânfora cheia de água e começou a despejar no copo, devagar. Quanto mais ele bebia, mais água descia...
_ Assim não vale! _ protestou o outro. _ Eu nunca vou conseguir!
_ Entendeu, agora? Se vocês não secarem as fontes, meu amo jamais conseguirá beber toda a água o mar, já que, à medida que ele vai bebendo, os rios vão despejando mais água... _ E concluiu, categórico: _ Sequem as fontes ou a aposta está desfeita!
Como ninguém conseguiu secar as fontes, o senhor também não precisou beber o que prometera.
Grato, ele concedeu a liberdade ao escravo.
Feliz, Esopo passou o resto da vida viajando por terras exóticas e distantes, e escrevendo as histórias que o tornaram famoso. Nessas histórias ele apresenta, pela primeira vez, animais como personagens, e, através deles, elogia as virtudes e critica os defeitos humanos.
A este gênero criado por Esopo chamamos "fábula".

Regina Drummond
Fábulas de Esopo, Paulus, 1996