sábado, 29 de setembro de 2012

A ROSA E A SEMPRE VIVA

Um jardineiro plantou, a pouca distância uma da outra, uma roserira e uma sempre viva. Em poucos meses, as rosas começaram a dar botões, que logo desabrocharam. O contraste entre as belas flores vermelhas e os galhos e folhas verdes era deslumbrante. A sempre viva, que tinha bom gênio e não era invejosa, não se cansava de admirar a vizinha:
_ Como você é bela! Não há quem passe sem olhar para você com respeito e encantamento... os namorados oferecem sua beleza à amada, o perfumista colhe suas pétalas para fazer delicados perfumes... Suas flores servem ainda para enfeitar as casas!... Você é mesmo muito linda!...Às vezes, até sinto vontade de estar no seu lugar, mas, de fato, basta-me poder olhar para você, para que eu me sinta feliz... E agradeço ao céu ter-me posto aqui, ao seu lado, para poder viver na sombra do seu esplendor...
A roseira, que era muito simples e humilde, respondeu com um suspiro:
_ Estou comovida com suas belas palavras, querida sempre viva, e agradeço a sua gentileza, mas, infelizmente, nem tudo o que reluz é ouro... É verdade que minhas flores são maravilhosas, mas o que acontece se ninguém passar para para colhê-las? Em poucos dias, murcham e inclinam-se, tristes, deitando a cabeça sobre os meus galhos...
É verdade que você chama menos atenção, mas se o jardineiro nos plantou juntas, por alguma razão foi. Quando eu estiver despida e só mostar meus feios braços espinhosos, você continuará florida. Então, todos que passarem por aqui não vão olhar para mim, mas para você, e pensarão, surpresos: "Como é que nunca tínhamos reparado nela?"

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