Esopo nasceu na Grécia, mais de 500anos antes de Cristo. Era um escravo muito inteligente, que vivia salvando seu senhor de situações difícies.
Contam, que certa vez, seu senhor garantiu a um amigo que seria capaz de beber toda a água o mar. O amigo riu e debochou dele, e os dois acabaram apostando uma quantia fabulosa de dinheiro.
É claro que o senhor estava bêbado! E, na manhã seguinte, ficou apavorado com o que fizera.
_ Estou falido! _ chorava. _ Sou um homem pobre, agora! como vou beber toda a água do mar?!
Esopo procurou consolá-lo:
_ Calma, Senhor! Tive uma ideia! Marque dia, hora, local. Sei como resolver o assunto.
Veio gente de longe para assistir a façanha. Juntaram-se na praia combinada, onde ficaram esperando, enquanto conversavam e riam. O Senhor, apesar de mjá ter sido salvo em outras ocasiões pelo escravo, estava muito nervoso:
_ É demjais! Não vamos conseguir! Os deuses devem estar loucos!!! Primeiro eu, um homem sensato, aposto toda a minha fortuna numa bobagem; agora, vem você e me convence de que sou capaz de fazê-la!...
_ Calma, Senhor: vai dar tudo certo...
Na hora marcada, Esopo deu o sinal:
_ Pode cfomeçar a beber!
E o Senhor bebeu, bebeu e bebeu, mas não fez a menor diferença no volume da água do mar.
Foi então que Esopo exclamou:
_ Ei, esperem! Ele nunca conseguirá, porque o mar é alimentado por muitos rios. Vocês precisam, primeiro, secar as fontes que dão origem a esses rios.
E, pegando um copo aberto na lateral, ofereceu-o ao amigo com quem seu senhor apostara, dizendo:
_ Beba.
Enquanto ele bebia, Esofo pegou uma ânfora cheia de água e começou a despejar no copo, devagar. Quanto mais ele bebia, mais água descia...
_ Assim não vale! _ protestou o outro. _ Eu nunca vou conseguir!
_ Entendeu, agora? Se vocês não secarem as fontes, meu amo jamais conseguirá beber toda a água o mar, já que, à medida que ele vai bebendo, os rios vão despejando mais água... _ E concluiu, categórico: _ Sequem as fontes ou a aposta está desfeita!
Como ninguém conseguiu secar as fontes, o senhor também não precisou beber o que prometera.
Grato, ele concedeu a liberdade ao escravo.
Feliz, Esopo passou o resto da vida viajando por terras exóticas e distantes, e escrevendo as histórias que o tornaram famoso. Nessas histórias ele apresenta, pela primeira vez, animais como personagens, e, através deles, elogia as virtudes e critica os defeitos humanos.
A este gênero criado por Esopo chamamos "fábula".
Regina Drummond
Fábulas de Esopo, Paulus, 1996
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