Um motorista, parado no sinal, subitamente se descobre cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos vão se descobrir reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem à trevas.
(...)Um estômao que trabaha em falso acorda cedo. Alguns dos cegos abriram os olhos quando a manhã ainda vinha longe, e no seu caso não foi tanto por causa da fome, mas porque o relógio biológico, ou lá como se costuma chamar-lhe, já se lhes estava desregulando, supuseram eles que era dia claro, então pensaram(...)
Saramago, José, Ensaio Sobre a Cegueira, Companhia das Letras, 1995.
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