sexta-feira, 22 de junho de 2012
domingo, 10 de junho de 2012
Um pouco sobre Lygia Bojunga
Escritora brasileira, escreveu inicialmente os seus livros sob o nome Lygia Bojunga Nunes.
Nasceu em Pelotas no dia 26 de agosto de 1932 e cresceu numa fazenda.
Aos oito anos de idade foi para o Rio de Janeiro onde em 1951 se tornou atriz numa
companhia de teatro que viajava pelo interior do Brasil. A predominância do analfabetismo
que presenciou nessas viagens levou-a a fundar uma escola para crianças pobres do interior,
que dirigiu durante cinco anos. Trabalhou durante muito tempo para o rádio e a televisão,
antes de debutar como escritora de livros infantis em 1972.
Obras de Lygia Bojunga
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Lygia Bojunga
LIVRO - a troca
Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena os livros
me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé,
fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar
de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo
(de tanto olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois, decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais
íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação.
Todo dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa
troca tão gostosa que – no meu jeito de ver as coisas – é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava.
Mas, como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra – em algum lugar – uma criança juntar com outros, e levantar a casa onde ela vai morar.
(Mensagem de Lygia Bojunga para o Dia Internacional do
Livro Infantil e Juvenil, traduzida e divulgada nos 64 países membros do IBBY). |
domingo, 3 de junho de 2012
Poeminhas Cinéticos
Poema de Millôr Fernandes.
Podemos utilizar como estímulo o poema abaixo para iniciarmos a criação de Poemas Concretos.
Ou:
Podemos utilizar como estímulo o poema abaixo para iniciarmos a criação de Poemas Concretos.
Era um homem bem vestido
Foi beber no botequim
Bebeu muito, bebeu tanto
Que
saiu
de
lá
assim.
As casas passavam em volta
Numa procissão sem fim
As coisas todas rodando
O moço entra apressado
Para ver a namorada
E é da seguinte forma
escada.
a
sobe
ele
Que
Mas lá em cima está o pai
Da pequena que ele adora
E por isso pela escada
ele
embora.
Ou:
Então, gostou das ideias?
Mãos à obra!
Poema Concreto
Podemos iniciar um Poema Concreto com a criação de desenhos feitos a partir do sentido das palavras, fazendo relações entre significado e significante.
Observe o exemplo e deixe a imaginação fluir.
Observe o exemplo e deixe a imaginação fluir.
Cantiga para não morrer
Quando você for embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
Ferreira Gullar
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