sábado, 6 de outubro de 2012

AS RAPOSAS DA MARGEM DO RIO

O rio Meandro corre num dos mais belos vales da Ásia Menor.  É um rio com uma corrente forte, entre uas margens ricas em vegetação: de um lado, uma densa floresta, que o sol mal consegue iluminar; do outro, árvores carregadas de frutos tão grandes e bonitos que enlouqueciam  as raposas vermelhas, habitantes da floresta. 
As pessoas atravessavam o rio de barco ou jangada, e os animais que sabiam nadar chegavam ao outro lao com facilidade. As raposas, entretanto, são inimigas da água... E fikcavam olhando aquelas delícias, de longe.
Resolveram, então, fazer um conselho, para solucionar o problema.
_ O que faremos? Aprender a nadar, não dá mais. Já estamos muito velhas - disse a mais velha de todas. 
_ Tem razão! - concordou a outra. _ E se seguíssemos o rio até a nascente? Seria um jeito de passarmos para o outro lado.
_ Sim, mas sabe-se lá o quanto teremos de caminhar! Não haverá um jeito mais fácil?Procurar um trecho mais raso, por exemplo...- sugeriu uma terceira.
_ Não, não! Isso é tempo perdido! - opinou uma jovem raposa. _ Digam-me: alguma vez já tentaram nadar? Ainda ontem vi vários lobos atravessando o Meandro num instante. Prestei atenção e nadar pareceu-me uma brincadeira! Basta mover as patas e manter a cabeça fora d'água.
Uma voz perguntou:
_ E o rabo?
_ O rabo? O rabo é o nosso leme! - respondeu ela, sem hesitar. 
_ Será? Não acredito muito nisso, não... Minha mãe sempre dizia... - duvidou a mais velha.
_ Ih, se ficarmos preocupadas com o que diziam nossas mães, avós e bisavós, estamos arrumadas! - interrompeu uma outra.
_ Vocês não tem é coragem! - berrou ajovem. 
_ já que a ideia é sua, você não quer experimentar? - propôs a que perguntara do rabo. - Isto é, ir primeiro?
A jovem raposa ficou surpresa. Esperava que as amigas gostassem da ideia e se metessem no rio antes dela. Ora, as coisas não estavam correndo conforme o previsto, mas, por outro lado, retirar-se agora seria uma vergonha. Depois de todo aquele discurso...
_ Pode ser! - concordou, atirando-se na água e procurando fazer como vira os lobos fazendo.
A corrente, naquele trecho, era bastante forte. Ela tentava manter-se na superfície, mas sentia que estava sendo arrastada.
_ Tudo bem? - gritavam as outras, da margem.
_ Muito bem, amigas! Nadar é a coisa mais fácil deste mundo! - respondeu ela, satisfeita em saber que ninguém desconfiava.
_ Pode voltar, agora! - gritou a mais velha. - Você já está muito longe: não dá mais para ver como se faz!
_ Sim... Sim... Volto logo! é que me lembrei de uma coisa: a coruja pediu-me que desse um recado a uma prima dela, e é logo ali, após a curva. Vou aproveitar que já estou perto! Volto logo!
Elas nem ouviram as últimas palavras, por causa da distância e do barulho do rio, mas ficaram sentadas, pacientemente, esperando a volta da professora de natação...

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